No encontro com evangélicos, Marina ressaltou os valores do Estado laico e se classificou como parte do grupo de “evangélicos políticos”, aqueles que agem por valores, ao contrário dos “políticos evangélicos”, que usam a fé politicamente. “As pessoas que votam em mim não votam porque sou evangélica, mas porque acham que tenho as melhores propostas para o Brasil”, disse.
A candidata apelou para a religião ao comentar que não responderá às duras críticas dos adversários Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) no mesmo tom, pois como cristã não pode esquecer que são seus irmãos. “Não quero destruir a Dilma, não quero destruir o Aécio, ou o PT ou o PMDB”, afirmou. “O mesmo Deus que me ama, ama também a Dilma e ama também o Aécio”, completou. O coordenador-geral da campanha de Marina Silva (PSB), Walter Feldman, disse que a decisão de não divulgar a agenda da candidata com líderes evangélicos se deu por “respeito”.
Na visita a Minas Gerais, Marina Silva, acompanhada pelo candidato ao governo de Minas Tarcísio Delgado (PSB), passou por Varginha, no Sul do estado, Juiz de Fora, na Zona da Mata, e Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Às margens do Lago de Furnas, ela disse não ter conhecimento da propaganda do PT que relaciona a defesa socialista da independência do Banco Central (BC) com o fato de sua coordenadora de programa de governo ser a educadora Neca Setúbal, herdeira do Banco Itaú. “Não vi, porque tenho andado o Brasil inteiro falando das propostas que tenho”, afirmou Marina, que aproveitou para criticar os adversários. “Quem está com propostas como estamos não fica preocupado em caluniar e tentar desconstruir os adversários”, disse.
Marina lamentou também o fato de os candidatos Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) não terem apresentado ainda um programa de governo. “A nove dias das eleições, isso é um desrespeito ao cidadão brasileiro”, disse. A socialista emendou ainda com sua proposta para a economia do país. “Não vamos permitir que o Banco Central e os bancos públicos fiquem à mercê dos interesses políticos, de quem tem projeto de poder pelo poder. Queremos um Banco Central que cuide para que a inflação não aumente, para que não se tenha juros exorbitantes que prejudiquem os trabalhadores”, afirmou.
Às margens do Lago de Furnas, em Varginha, Marina reforçou a preocupação de diversificar a matriz energética brasileira. “Se o Brasil estivesse crescendo hoje como cresceu em governos anteriores, já estaríamos numa grave crise energética”, disse. “Nosso compromisso é de ter uma matriz energética limpa, diversificada e segura, combinando várias fontes de geração de energia. Temos um grande potencial de hidroeletricidade, grande potencial de energia solar, eólica, de biomassa”, completou.
Marina criticou ainda a atual política de governo no setor da energia. “O Brasil está sofrendo desde 2002 a ameaça de apagão em função da falta de planejamento e de investimento adequado das fontes de energias renováveis para serem combinadas com outras fontes”, disse. Na terra do café, a candidata prometeu ainda aumentar recursos para financiamento da produção e melhorar a infraestrutura de transporte.