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sexta-feira, 5 de setembro de 2014

O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, inicia os 30 dias finais de campanha numa situação que nunca ocupou na política, a de franco atirador, em busca de uma virada histórica para chegar ao segundo turno ou, ao menos, ter força eleitoral para manter a relevância e negociar um acordo com a candidata do PSB, Marina Silva.
Para isso, Aécio, que caminha para protagonizar o pior desempenho de um presidenciável tucano desde 1989, segundo as pesquisas, pretende atuar em duas frentes de batalha: atacar o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) ao mesmo tempo que busca retratar Marina Silva (PSB) como alguém que faz propostas inviáveis, não tem equipe e tem ligação com o petismo.
"É concentrar nos maiores colégios eleitorais, contestar o Brasil imaginoso da Dilma, que ela apresenta, e colocar a Marina como ela é. Não tem estrutura partidária, não tem quadros", disse à Reuters o coordenador da campanha de Aécio, senador Agripino Maia (DEM-RN).
— Temos confiança de que ele [Aécio] vai voltar a crescer.
Na quarta-feira, após o Ibope e o Datafolha mostrarem que suas intenções de voto se estabilizaram em torno dos 15 por cento, os tucanos respiraram aliviados, mas um dos estrategistas ouvidos pela Reuters ainda classificava como "muito difícil" uma virada, apesar das constantes declarações públicas de Aécio mostrar confiança de que irá ao segundo turno.
Mesmo diante dessa análise, que chegou até a ser mais sombria antes das pesquisas, o plano de voo dos tucanos para os próximos 30 dias aponta para discursos cada vez mais incisivos contra Marina, sem esquecer de mirar no governo também.
O tucano tem repetido em suas aparições públicas que Marina seria uma "nova aventura" que causará "frustrações aos brasileiros". Sobre Dilma, Aécio tem reiterado a avaliação de que a presidente "fracassou" e por isso perderá as eleições.
A campanha de Aécio vai também tentar criar a imagem de que Marina é, na verdade, uma mudança que mantém o PT no poder, já que a ex-senadora foi filiada ao partido por 24 anos.
Na propaganda de TV, nos debates e nas entrevistas será constantemente lembrado que Marina continuou filiada ao PT depois do escândalo do mensalão, que foi julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e resultou na prisão das principais lideranças petistas, que se posicionou, assim como o PT, contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e contra o Plano Real.
"Nós vamos mostrar que ela é a continuação do PT", disse um dos estrategistas da campanha à Reuters.
"Precisamos trazer de volta nossos votos que foram para ela", afirmou, em referência ao eleitorado antipetista que tem migrado para Marina desde que ela se tornou a candidata do PSB, após a trágica morte de Eduardo Campos num acidente aéreo em Santos, no dia 13 de agosto.
Outra aposta dos tucanos é mostrar que Marina não veste bem o modelo da "nova política", que ela tanto alardeia.
— Ela construiu sua vida inteira no meio político, tem relação umbilical com o PT. Ela é política e vive disso.
O PSDB, porém, ainda não planeja ataques semelhantes aos feitos pelo PT, que esta semana comparou Marina aos ex-presidentes Fernando Collor de Mello e Jânio Quadros, que não concluíram seus mandatos e, de acordo com a campanha petista, representavam o "partido do eu sozinho".
E se não funcionar?
Os estrategistas de Aécio não têm certeza de que a campanha negativa contra Marina vai funcionar da maneira que desejam. Aliás, essa dúvida também se estende ao comitê do PT.
Se a estratégia de ultrapassar Marina e chegar ao segundo turno não funcionar, o mais provável é que o PSDB apoie a candidata do PSB, como já admitiu Agripino.
Para isso, entretanto, Aécio não pode continuar caindo nas pesquisas a ponto de se tornar um apoio que não faça diferença eleitoral.
O clima dos últimos dias no ninho tucano foi muito ruim, segundo relato de uma fonte do partido.
Na segunda-feira, Aécio teve um dos seus piores dias na campanha. Pela manhã começaram a circular boatos no mercado financeiro, até então grande entusiasta dos tucanos, de uma possível renúncia em favor de Marina. Horas depois, Agripino deu entrevista afirmando que em um segundo turno o tucano apoiaria Marina.
E no debate no SBT, à noite, principalmente por causa das regras do encontro, Aécio não teve nenhuma oportunidade de confronto direto com Marina e acabou travando disputas, na maior parte do tempo, com os chamados "nanicos".
Uma reunião de coordenação na campanha no dia seguinte despertou ainda mais insegurança entre os integrantes da equipe, quando o comunicado da assessoria de imprensa definia o encontro como "definição das estratégias finais da campanha", indicando a ideia de que o tucano não estaria segundo turno.
As próximas pesquisas podem definir o grau de lealdade dos aliados até a votação do dia 5 de outubro. Em Goiás, por exemplo, circulam peças de campanha com o "movimento Marinar", mostrando ilustrações do governador do PSDB, Marconi Perillo, que concorre à reeleição, ao lado de Marina.
"Se não melhorar na pesquisa, pode haver uma debandada de aliados", admitiu o estrategista.
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