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sábado, 30 de agosto de 2014

Aumentou o volume de promessas dos candidatos, nestes pouco mais de dez dias de propaganda eleitoral, no rádio e na televisão. Nelas, facilmente se constata o interesse eleitoreiro de todos quantos querem renovar ou conquistar um mandato. Falta consistência às propostas, ou por insuficiência de argumentos dos que as apresentam, ou por não se coadunarem com a realidade econômica e financeira da União e do Estado, ou ainda por não se incluírem no rol de competências do cargo em disputa nesta eleição.
Tem candidato a governador falando de ações que invadem atribuições de prefeitos. Postulantes a vagas de deputado estadual ou federal defendendo posições do Poder Executivo, deixando claro o despreparo para o cargo disputado, o melhor que se pode dizer para não colocá-los na mesma relação dos proferidores de discursos de enganação. Eles se parecem tão iguais no campo da distribuição de ilusões que nenhum discute ou muito menos contesta a promessa feita pelo outro, mesmo a mais inverossímil.
Ousa
Quem quer ser governador do Ceará só está se preocupando em dizer o que vai fazer, como se tivesse concordando com tudo o que o concorrente está dizendo. Ninguém ousa afirmar ser essa ou aquela proposição inadequada para o momento do Estado, impossível de ser efetivada e não estar na relação das prioridades reclamadas pela sociedade ou, também, não existir recurso orçamentário suficiente à sua execução. Nenhum dos candidatos ofereceu um projeto para o Ceará das próximas décadas, além do que o atual governador já diz fazer.
Comentários, sobretudo os críticos, quando existem, em relação às proposições, são feitos reservadamente ou entre correligionários. Por isso é correto se afirmar que os programas eleitorais não estão servindo ao debate, o fim para os quais foram criados, na perspectiva de servirem como importante instrumento de esclarecimento do eleitor, facilitando-o a melhor definir seus candidatos aos diversos postos em disputa. O horário da propaganda eleitoral está tão desvirtuado e servindo bem mais para motivo de chacotas que propriamente de atração para os defensores da boa prática da cidadania.
Postulantes ao Governo parecem não conhecer as limitações impostas pelo Orçamento. O do próximo ano ainda está sendo elaborado na esfera da Secretaria de Planejamento, mas a Lei de Diretrizes Orçamentárias aprovada pela Assembleia, no último semestre, base daquele a ser executado pelo novo chefe do Executivo cearense, é bem explícita.
O Estado, embora hoje bem diferente daquele de décadas anteriores, pois avançou em vários setores, inclusive na parte do gerenciamento da sua máquina, ainda é muito pequeno em relação aos meios necessários ao suprimento dos serviços reclamados por seu povo.
Eles poderiam mostrar essa realidade e discutirem como melhor aplicar os poucos recursos existentes somados a tudo quanto for possível ser buscado no Governo Federal. Sem essa observação, passam uma ideia falsa de que haver, hoje, todos os meios necessários a tornar realidade o que prometem.
A falta desse diálogo transparente só confirma que o Ceará é igualmente pobre politicamente. A pouca atenção dispensada pela União a esta unidade da federação é muito mais pela empatia entre os governantes de plantão (presidente e governador), que propriamente pela ação dos seus representantes. Projetos estruturantes pleiteados há quase cinquenta anos continuam no quadro de promessas. A refinaria da Petrobras é um exemplo. Só o que avançou em relação a ela foi a denominação dada ao projeto: "Premium II". Outros estados nordestinos, pelas ações das suas lideranças avançaram bem mais, embora muito menos que o necessário para pôr um fim nas desigualdades regionais.
Talvez por isso, o único dos postulantes à Presidência da República a engendrar um projeto para o Nordeste, Aécio Neves (PSDB), escolheu a Bahia para fazer o anúncio oficial, embora no mesmo dia tenha vindo ao Ceará, fazer campanha, à noite, no Município de Iguatu. Embora sabendo que a posição do tucano é parte da prática político-eleitoreira, louve-se sua atitude de dizer o que poderá fazer se for presidente da República, pois sequer isso os outros candidatos fizeram.
Pesquisa
A mudança mostrada pelas últimas pesquisas eleitorais sobre a sucessão presidencial, primeiro pelo Ibope e na última sexta-feira pelo Datafolha, seguramente refletirá em algumas disputas estaduais. A priori, em relação ao Ceará, é possível se afirmar que a nova realidade nacional não interferirá na disputa entre os candidatos Eunício Oliveira e Camilo Santana, exatamente pelo fato de a candidata do PSB, Eliane Novais, não ter demonstrado musculatura para poder alavancar sua campanha.
A empresária Nicole Barbosa, que seria a representante do PSB na disputa estadual, sem dúvida, hoje, com o avanço de Marina, poderia estar em patamar bem mais elevado que o alcançado por Eliane, e consequentemente, com chances reais de competição. Nicole foi abruptamente afastada para dar lugar a Eliane Novais, na época candidato à Câmara Federal.
Mesmo com a situação de fragilidade da presidente Dilma Rousseff, apresentada pelos números do Datafolha, ela tem uma expressiva liderança no Nordeste, e com o Ceará solidificando essa posição, Camilo e Eunício, apoiadores dela, não serão molestados, no momento, e tanto um quanto outro vão poder dizer, com a mesma ênfase para o eleitorado cearense, que contam com o apoio da presidente. Até o dia 15 de setembro, sem um outro grande evento, inclusive catastrófico, no interregno, toda e qualquer realidade eleitoral de hoje pode ser alterada.
Edison Silva
Editor de política
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