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— Quando começou a propaganda na TV, apenas 54% da população sabiam que Pezão era governador. Com dois programas, o índice subiu para 59% e continua a crescer — disse Picciani, ao ressaltar que a imagem de Pezão com a família continuará a ir ao ar, também por causa da boa aceitação.
Pezão intensificará agendas na Zona Oeste do Rio e em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde lidera nas pesquisas; assim como em Nova Iguaçu e São Gonçalo, municípios em que Garotinho leva vantagem. As quatro cidades têm os maiores colégios eleitorais. A proposta é polarizar com o candidato do PR. Temas polêmicos, como milícias, farão parte do discurso contra Garotinho.
— Isso (o envolvimento) ficou nítido quando a cúpula da polícia toda se elegeu. Vimos as mensagens que os policiais expulsos colocaram nas redes virtuais pedindo apoio para (Garotinho) ganhar no primeiro turno. Sabemos quem enfrentou milícia e tráfico. Todos os grandes chefes da milícia estão presos. Uma CPI na Assembleia foi instalada, e vimos que tinha uma relação de policiais envolvidos com milícias, prendemos mais de 600 — disse Pezão, adiantando o tom das críticas, durante corpo a corpo em São Cristóvão, na Zona Norte.
O crescimento gradativo de Pezão nas pesquisas acendeu a luz amarela na campanha de Garotinho. O deputado pretende mirar no eleitorado do Centro e da Zona Sul, onde tem os maiores índices de rejeição. Ele participará de encontros com associações comerciais dessas regiões, na tentativa de explorar as obras que fez e de mostrar que “não é o demônio”, como explicou ao GLOBO um de seus aliados. A expectativa, porém, é de que dificilmente o deputado conseguirá diminuir a rejeição na Zona Sul. Por isso, estão previstas agendas também com a classe média das zonas Norte e Oeste.
— O vetor é apontando na direção do Centro e da Zona Sul, caminhar da periferia para o Centro. Sem deixar de consolidar os rincões — disse Fernando Peregrino, coordenador do programa de governo.
Já Lindbergh quer contar com o maior empenho da militância. Ontem, durante reunião fechada com líderes dos partidos de sua coligação (PT, PSB, PV e PCdoB), ele cobrou mais atuação dos militantes. No encontro, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) sugeriu ofensiva contra Pezão:
— Vamos polarizar com o Pezão e dar porrada no Garotinho, porque ele merece.
Na saída, Jandira tentou justificar
Pezão apresentou um crescimento mais expressivo entre os eleitores mais escolarizados e com renda familiar maior. O governador é o líder entre os eleitores com renda familiar mensal entre cinco e dez salários mínimos e entre os que recebem mais de dez salários. Em ambos os setores, houve crescimento de oito pontos. Na parcela mais rica do eleitorado, Pezão alcançou 38%, contra 14% de Lindbergh, 11% de Crivella e 6% de Garotinho.
Garotinho manteve a liderança entre eleitores com renda inferior a cinco salários, mas a diferença para Pezão caiu. Na parcela do eleitorado com ensino superior, o candidato à reeleição subiu 13 pontos e chegou a 34%. Crivella, com 13%; Lindbergh, com 12%; e Garotinho, com 11%; vêm em seguida. Na capital, o governador ampliou a vantagem sobre Garotinho, que era de um ponto no levantamento anterior: 28% a 16%. A pesquisa também registrou crescimento expressivo de Pezão entre os eleitores que se declaram espíritas: 17 pontos, chegando a 31%. Garotinho, que liderava nesta parcela de eleitores em julho, perdeu nove pontos e agora tem 8%.