O coordenador-geral da campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição, Rui Falcão, anunciou que o partido fez nesta quinta-feira (28) um pedido ao Google para retirar do ar vídeo no qual aparece o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em suposto apoio à candidata do PSB à Presidência, Marina Silva.
No vídeo original, de 30 segundos, Lula manifesta apoio à candidata do PT ao Senado em Goiás, Marina Santana. A edição que está disponível no YouTube, canal de vídeos controlado pelo Google, apresenta a cena, no início e no fim da gravação, com o nome de Marina Silva e de seu candidato a vice, Beto Albuquerque, além do logo da campanha da chapa do PSB (veja as imagens ao final desta reportagem).
Conforme explicou Falcão, presidente do PT, durante entrevista em Brasília, o partido também entrará com representações no Ministério Público Eleitoral e na Justiça Eleitoral para que seja apurada se houve prática de propaganda irregular. Ele, no entanto, afirmou que não é possível apontar responsáveis. "Quero deixar claro que nós não estamos atribuindo a autoria desse vídeo fraudado a nenhum partido ou candidato”, declarou.
Em nota, a campanha de Marina Silva classificou o vídeo como “tosco e fraudulento” e anunciou que pedirá ao Ministério Público e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a abertura de inquérito para identificar o responsável pela edição do vídeo. “A coligação repudia o uso indevido da imagem de sua candidata e da marca da aliança. Expediente dessa ordem contraria os princípios éticos que caracterizam a candidata Marina Silva e os partidos que integram nossa coligação, empenhados em uma campanha eleitoral republicada e propositiva”, informou a nota.
A assessoria do Google informou que não recebeu ordem judicial relacionada ao assunto. "Se o partido fez uma notificação por meio da ferramenta de denúncia do YouTube, o que é o procedimento correto, a mesma deve estar sob análise. Se for detectada alguma violação das políticas do produto, o vídeo pode ser removido. Caso não seja, a parte pode buscar ordem judicial que, se deferida, será atendida no prazo legal", informou em nota.
Rui Falcão disse que o partido agirá para conter a proliferação de casos do gênero. “Queremos colocar um freio e deter esse tipo de campanha com a qual nos deparamos. É um vídeo grosseiramente fraudado e que infelizmente traz a marca oficial da campanha da candidata do PSB em que se atribui falsamente o apoio do presidente Lula à candidata Marina Silva”, disse Falcão.
Rui Falcão defendeu ainda que o PT “continue na mesma linha” nas redes sociais, segundo ele, de não fraudar e adulterar conteúdos ou induzir os eleitores ao erro em razão de ações “que não sejam éticas” na internet. Nesta quinta, durante ato de campanha em Brasília, a presidente Dilma Rousseff afirmou que a campanha eleitoral deste ano está baseada em “mentiras”, “desinformação” e “derrotismo”.
Campanha
Questionado sobre se o partido mudará estratégias de campanha após divulgação da pesquisa Ibope (*) na última terça, que apontou Marina Silva (PSB) em segundo lugar, Rui Falcão afirmou que Dilma tem menos tempo que outros candidatos para ir às ruas, por ser presidente.
Questionado sobre se o partido mudará estratégias de campanha após divulgação da pesquisa Ibope (*) na última terça, que apontou Marina Silva (PSB) em segundo lugar, Rui Falcão afirmou que Dilma tem menos tempo que outros candidatos para ir às ruas, por ser presidente.
Conforme a pesquisa, Dilma Rousseff aparece com 34% das intenções de voto, Marina Silva, com 29%, e Aécio Neves (PSDB), com 19%.
“O dado mais novo é a comprovação de algo que eu vinha dizendo há muito tempo que é a realização do segundo turno. Se antes alguém tinha dúvidas de que haveria segundo turno, como ocorreu nas três últimas eleições, eu nunca trabalhei com essa dúvida e sempre dizia para nossa militância, para nossos aliados. Vamos trabalhar pela vitória, de preferência no primeiro turno, e também, se necessário, no segundo turno”, afirmou.
(*) O Ibope ouviu 2.506 eleitores em 175 municípios entre os últimos sábado (23) e segunda-feira (25). O nível de confiança é de 95%, o que quer dizer que, se levarmos em conta a margem de erro de dois pontos para mais ou para menos, a probabilidade de o resultado retratar a realidade é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-00428/2014.